sábado, 9 de fevereiro de 2013

Pedro José Neto - Fundador de Araraquara




Pedro José Neto é considerado o fundador de Araraquara, por ter sido o primeiro homem branco a se fixar na região, por volta dos anos de 1790, ou 1795. O povoado que surgiu nas terras que chamavam campos de Aracoara (na língua indígena significa Morada do Sol), daria origem à cidade de Araraquara. Esta região começava nas margens direita do Rio Piracicaba e Tietê, até o rio Grande e Pardo, divisa de Mato Grosso e Minas Gerais.

Chegou ao sertão, fugindo de Itu, devido a desavenças políticas ou com a justiça. Iniciou a ocupação da Sesmaria com a criação de gado e arando a terra, com uma agricultura de subsistência.


Por volta do ano de 1805, Pedro Jose Neto e seus filhos ergueram uma capela, originalmente coberta de palha, com paredes de taipa, o primeiro Padre foi o vigário Francisco Manuel Malachias. A capela ficava na Sesmaria do Ouro, de propriedade do Padre Joaquim Duarte Novais, que morava em Itu, e doou 400 braças para a Freguesia de São Bento de Araraquara; doou também a primeira imagem sacra, do Santo São Bento que viria a se tornar padroeiro da cidade.

Em uma carta encaminhada ao Bispo no ano de 1816, em que figura a assinatura de Pedro José Neto e de mais 18 moradores, fizeram o pedido para a criação da freguesia de São Bento de Araraquara, pois esta dependia da aprovação da autoridade eclesiástica. Contudo, o pedido só foi atendido em 22 de Agosto de 1817.
A data de nascimento de Pedro José Neto é desconhecida. Sabe-se que foi sepultado em 19 de Novembro de 1817.

Pedro José Neto morreu, vitima de um coice de burro, em 19 de novembro de 1817, três meses após o reino ter oficializado a existência da Freguesia de São Bento de Araraquara. Ele foi o terceiro a ser enterrado sob o altar da humilde capela. Sua esposa Inácia Maria morreu meses depois, em 9 de abril de 1918. Tanto Pedro como seu filho Joaquim eram constantemente convidados para apadrinhar casamentos e crianças. Essa religiosidade de Pedro chama a atenção e até sugere alguma drama de consciência por parte dele. Depois de morto, coube ao seu filho Joaquim pagar dívidas que deixou, como o sítio na Boa Esperança no valor de 200$000, doado ao vigário Malachias como pagamento por paroquiar o povoado no primeiro ano, e 42$910 por missas encomendadas. O padre declarou que disse 71 missas pela alma do falecido e mais 25 pela esposa finada.

Em 18 de janeiro de 1885, foi publicado pela primeira vez um texto sobre o passado de Araraquara. De autoria do advogado e político Dr. Manuel Augusto Alvarenga, esse 
primeiro texto da história local foi escrito com informações que o autor obteve com os moradores mais antigos e lúcidos.
Foi nessa edição especial que surgiu a lenda de que Pedro era fugitivo da justiça de Itú e vivia nesta região escondido e, por isso, é considerado o pioneiro. A “lenda” afirma que Pedro José Neto, aqui, chegou por volta de 1790, fugido da Justiça, e vivendo escondido tomou posse de oito sesmarias.
Anos depois foram chegando outros pioneiros e obtiveram de Pedro, sesmarias em troca do silêncio sobre seu paradeiro.
O Dr. Augusto (que assinava M. Alvarenga) não revela que crime Pedro teria cometido, nem onde, nem quando e, estranhamente, não se constrange ao afirmar que os patriarcas das principais famílias de fazendeiros conseguiram suas terras “extorquindo” Pedro.
Só que Pedro não possuía terra alguma, tanto que em 1809 solicitou uma sesmaria alegando estar na região há dois anos (1807). Portanto, não estava escondido de ninguém, já que fez a solicitação ao governo e com isso informava onde estava.


Fontes:

www.interacaovirtual.com.br/PedroJoseNeto.pdf
http://www.interacaovirtual.com.br/ALendadoFundador.pdf
http://marchesedesigner.com/araraquara/index.php?id=4

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