quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O linchamento dos Britos - Araraquara

Esse é o episódio mais sombrio e talvez o mais famoso da história de Araraquara. O ano era de 1897, e os envolvidos eram o Coronel Antonio Joaquim de Carvalho, homem poderoso, chefe político da cidade, monarquista e Rozendo Brito, sergipano com cerca de 24 anos, jornalista do jornal  “A Notícia”, republicano opositor político do Cel. Carvalho.

Dia 30 de janeiro de 1897, sábado, Rozendo se encontrava na Farmácia São Bento, de propriedade de seu tio, Manuel de Sousa Brito, localizada na Av.1, atual Avenida Brasil, ao lado da igreja Matriz, próxima a Rua 4, quando foi interpelado pelo Cel. Carvalho, que estava irritado com uma matéria escrita pelo jornalista em seu jornal.


Essas discussões eram comuns entre os dois, a população já estava acostumada, porém naquele sábado as coisas tomaram rumos inesperados. A discussão evoluiu para uma briga corporal, o Cel. Carvalho investiu contra o jornalista desferindo golpes em sua cabeça com a bengala, derrubando-o ao chão e tentando desferir um golpe de faca. Dois disparos são ouvidos, um acerta o Coronel de baixo para cima e o outro o teto da farmácia, tiro esse que permaneceu marcado por muitos anos no prédio, como testemunha do ocorrido.


O Coronel foi socorrido, ferido gravemente, mas não resistiu ao ferimento e veio a falecer alguns dias depois. Antes de entrar em óbito acusou Rozendo e seu tio Manuel que foram presos e levados para a delegacia, que se localizava na época a 50m da Igreja Matriz, fazendo fundo com a Rua 3, atual Rua São Bento, entre as avenidas 1 e 2, atuais Brasil e São Paulo respectivamente.


O velório do Cel. Carvalho foi realizado em sua casa localizada na Avenida 2, muito próxima a delegacia onde se encontravam presos os acusados do homicídio. Durante a noite , seu filho, "Major" Dário Alves de Carvalho, reuniu alguns "capangas" de Araraquara e cidades vizinhas para seguirem à Cadeia Municipal. Forçaram a entrada, retiraram os dois detentos e os lincharam, esquartejando-os no largo da Matriz. Os corpos foram abandonados junto à Praça da Igreja. A intenção era apresentar a execução como linchamento efetuado pela população, não como vingança política do grupo que detinha o poder local. Devido a este episódio, Araraquara ficou conhecida como Linchaquara.


Nos autos oficiais consta que as causas da discussão e do homicídio do Cel. Carvalho foi por motivos políticos mas a população relata até os dias de hoje, outras duas hipóteses para o ocorrido.

Versões estas que envolviam mulheres. Uma dizia que o Coronel teria assediado a irmã de Rozendo, que não gostou e esse teria sido o motivo para que o jornalista efetuasse os disparos e a outra versão seria de que Rozendo teria seduzido uma amante do Cel. Carvalho e este por sua vez não gostou e foi tirar satisfações.

O real motivo que culminou com a briga, o homicídio do Cel. Carvalho e o linchamento dos Britos até hoje permanecem obscuros. A única certeza que se tem, são dos fatos lamentáveis ocorridos dentro da Farmácia e no Largo da Matriz, que pela sua brutalidade alcançou repercussão nacional.

Enterrados sob uma capela, em um cemitério afastado, que leva seus nomes:  Cemitério dos Britos, pouco a pouco os Britos foram ganhando fama como milagreiros e, até os dias atuais, atraem milhares de fiéis em busca de graças ou mera visitação.

4 comentários:

Anônimo disse...

EXISTE A VERSÃO QUE FOI PELO CONCURSO PÚBLICO DE PROFESSOR, QUE O CORONEL DISSE AO ROZENDO QUE SÓ NOMERIA ELE NO CARGO, SE ELE SE ALIASSE AO CORONEL E COMO NÃO CONCORDOU,COLOCOU NO JORNAL E O CORONEL ENFURECIDO FOI TIRAR SATISFAÇÃO E DEU NO QUE DEU.


Anônimo disse...

gostaria de saber entao por que em araraquara tem uma rua com o nome de um dos assinos dos britos a rua major dario de carvalho naodeveria pois e um assasino certo e porque nao coloram um nome de uma rua rosendo brito ou manoel brito isto tem algum motivo sim eles tem dinheiro e no apagar das luzes fica tudo quetoo

Unknown disse...

É por aí mesmo amigo, encobriram tudo e além disso receberam homenagens com seus nomes em Ruas e Praças. Obrigado pela presença e volte sempre.

Lucas Janusckiewicz Coletta disse...

Rosendo era catolico ultramontano. Monarquista defendia a regime monarquico e atacava a Republica. O Coronel Antonio Joaquim de Carvalho foi colega de classe do presidente Prudente de Moraes na Faculdade de Direito da USP. O Coronel também não tinha lá honra com as mulheres e o Rosendo o atacava nos jornais. Rosendo em legitima defesa disparou contra o Coronel cujo filhos e capangas vingaram uma semana depois. Bem, e o tio de Rosendo que nada tinha com a história também foi preso e morto com seu sobrinho.