Esse é o episódio mais sombrio e talvez o mais
famoso da história de Araraquara. O ano era de 1897, e os envolvidos
eram o Coronel Antonio Joaquim de Carvalho, homem poderoso, chefe
político da cidade, monarquista e Rozendo Brito, sergipano com cerca de
24 anos, jornalista do jornal “A Notícia”, republicano opositor
político do Cel. Carvalho.
Dia
30 de janeiro de 1897, sábado, Rozendo se encontrava na Farmácia São
Bento, de propriedade de seu tio, Manuel de Sousa Brito, localizada na
Av.1, atual Avenida Brasil, ao lado da igreja Matriz, próxima a Rua 4,
quando foi interpelado pelo Cel. Carvalho, que estava irritado com uma
matéria escrita pelo jornalista em seu jornal.
Essas
discussões eram comuns entre os dois, a população já estava acostumada,
porém naquele sábado as coisas tomaram rumos inesperados. A discussão
evoluiu para uma briga corporal, o Cel. Carvalho investiu contra o
jornalista desferindo golpes em sua cabeça com a bengala, derrubando-o
ao chão e tentando desferir um golpe de faca. Dois disparos são ouvidos,
um acerta o Coronel de baixo para cima e o outro o teto da farmácia,
tiro esse que permaneceu marcado por muitos anos no prédio, como
testemunha do ocorrido.
O
Coronel foi socorrido, ferido gravemente, mas não resistiu ao ferimento
e veio a falecer alguns dias depois. Antes de entrar em óbito acusou
Rozendo e seu tio Manuel que foram presos e levados para a delegacia,
que se localizava na época a 50m da Igreja Matriz, fazendo fundo com a
Rua 3, atual Rua São Bento, entre as avenidas 1 e 2, atuais Brasil e São
Paulo respectivamente.
O
velório do Cel. Carvalho foi realizado em sua casa localizada na
Avenida 2, muito próxima a delegacia onde se encontravam presos os
acusados do homicídio. Durante a noite , seu filho, "Major" Dário Alves
de Carvalho, reuniu alguns "capangas" de Araraquara e cidades vizinhas
para seguirem à Cadeia Municipal. Forçaram a entrada, retiraram os dois
detentos e os lincharam, esquartejando-os no largo da Matriz. Os corpos
foram abandonados junto à Praça da Igreja. A intenção era apresentar a
execução como linchamento efetuado pela população, não como vingança
política do grupo que detinha o poder local. Devido a este episódio,
Araraquara ficou conhecida como Linchaquara.
Nos
autos oficiais consta que as causas da discussão e do homicídio do Cel.
Carvalho foi por motivos políticos mas a população relata até os dias
de hoje, outras duas hipóteses para o ocorrido.
Versões
estas que envolviam mulheres. Uma dizia que o Coronel teria assediado a
irmã de Rozendo, que não gostou e esse teria sido o motivo para que o
jornalista efetuasse os disparos e a outra versão seria de que Rozendo
teria seduzido uma amante do Cel. Carvalho e este por sua vez não gostou
e foi tirar satisfações.
O
real motivo que culminou com a briga, o homicídio do Cel. Carvalho e o
linchamento dos Britos até hoje permanecem obscuros. A única certeza que
se tem, são dos fatos lamentáveis ocorridos dentro da Farmácia e no
Largo da Matriz, que pela sua brutalidade alcançou repercussão nacional.
Enterrados
sob uma capela, em um cemitério afastado, que leva seus nomes:
Cemitério dos Britos, pouco a pouco os Britos foram ganhando fama como
milagreiros e, até os dias atuais, atraem milhares de fiéis em busca de
graças ou mera visitação.
4 comentários:
EXISTE A VERSÃO QUE FOI PELO CONCURSO PÚBLICO DE PROFESSOR, QUE O CORONEL DISSE AO ROZENDO QUE SÓ NOMERIA ELE NO CARGO, SE ELE SE ALIASSE AO CORONEL E COMO NÃO CONCORDOU,COLOCOU NO JORNAL E O CORONEL ENFURECIDO FOI TIRAR SATISFAÇÃO E DEU NO QUE DEU.
gostaria de saber entao por que em araraquara tem uma rua com o nome de um dos assinos dos britos a rua major dario de carvalho naodeveria pois e um assasino certo e porque nao coloram um nome de uma rua rosendo brito ou manoel brito isto tem algum motivo sim eles tem dinheiro e no apagar das luzes fica tudo quetoo
É por aí mesmo amigo, encobriram tudo e além disso receberam homenagens com seus nomes em Ruas e Praças. Obrigado pela presença e volte sempre.
Rosendo era catolico ultramontano. Monarquista defendia a regime monarquico e atacava a Republica. O Coronel Antonio Joaquim de Carvalho foi colega de classe do presidente Prudente de Moraes na Faculdade de Direito da USP. O Coronel também não tinha lá honra com as mulheres e o Rosendo o atacava nos jornais. Rosendo em legitima defesa disparou contra o Coronel cujo filhos e capangas vingaram uma semana depois. Bem, e o tio de Rosendo que nada tinha com a história também foi preso e morto com seu sobrinho.
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